''Ai,que saudades da minha picape'' Demetria Swan
Rapidamente tirei a mangueira de gasolina e me esgueirei para o banco da frente a fim de me esconder enquanto o cara fissurado pegava na mochila uma câmera que parecia ser profissional. Ele e o amigo se revezaram posando junto ao capô e depois tiraram as fotos da traseira.
Fora mesmo muito conveniente, conveniente demais, que minha picape desse seu último suspiro semanas depois de Joseph e eu fecharmos o acordo desigual, e um detalhe do acordo era que Joseph poderia substituir minha picape quando ela morresse. Ele jurou que era apenas o esperado; que a picape tinha tido uma vida plena e longa e depois falecera, de causas naturais. Isso é oque ele diz. E, é claro, eu não tinha como verificar a sua história ou tentar, sozinha, erguer a picape de entre os mortos. Meu mecânico favorito... Eliminei esse pensamente, recusando-me a levá-lo a uma conclusão. Em vez disso, voltei minha atenção para as vozes do lado de fora, abafadas pela lataria do carro.
Blindagem. Duzentos quilos de blindagem. E vidro a prova de mísseis? Que ótimo. Oque aconteceu com o bom e velho vidro a prova de balas? Bom, pelo menos isso fazia algum sentido, para quem tem um senso de humor meio distorcido.
Não é que eu não esperasse que Joseph tirasse proveito de nosso acordo, fazendo a balança perder para o lado dele, dando-me muito mais do que receberia. Eu concordei que ele substituiria minha picape quando fosse necessário, sem esperar que esse momento chegasse tão cedo, é claro. Quando fui obrigada a admitir que a picape não passava de um tributo em natureza-morta aos Chevys clássicos no meu meio-fio, sabia que a ideia que ele fazia de substituição ia acabar me deixando constrangida. Ia me tornar foco de olhares e cochichos. Eu tinha razão quanto a essa parte. Mas mesmo em minhas mais sinistras concepções não previ que ele me daria dois carros..
O carro de ''antes'' e o carro de ''depois'', explicou-me quando eu pirei. Aquele era só o carro de ''antes''. Ele me disse que era emprestado e prometeu que o devolveria depois do casamento. Tudo aquilo não fazia nenhum sentido pra mim. Até então.
Ha,ha. Ao que parecia, porque eu era tão fragilmente humana, tendia tando a me acidentar era tão vítima de minha própria e perigosa falta de sorte, precisava de um carro que resistisse a tanques para me mantar segura. Hilário.Eu tinha certeza que ele e os irmãos riram da piada pelas minhas costas.
Ou talvez, só talvez, sussurrou uma vozinha em minha mente, não seja uma piada, sua boba. Talvez ele realmente se preocupe com você. Não seria a primeira vez que ele exageradamente tentava protege-la.
Eu suspirei.
Ainda não vira o carro de ''depois''. Estava escondido embaixo de uma lona no fundo da garagem dos Cullen. Eu sabia que a aquela altura a maioria das pessoas teria dado uma espiada, mais eu não era curiosa. Provavelmente, não haveria blindagem nesse outro carro, porque eu não precisaria disso depois da lua de mel. A quase indestrutibilidade era só uma das muitas vantagens porque eu ansiava.
O melhor de ser uma Cullen não eram os carros caros e os cartões de crédito que impressionavam.
Continua...'
Olá filhas! Enfim,nao quero falar muito hoje,mais obg pelos comentários anteriores ♥